Cientistas da Agência Mundial da Saúde acreditam ter achado o paciente inicial da terrível epidemia de Ebola que assola o continente africano.
De acordo com o The New England Journal of Medicine, o paciente em questão é um menino de dois anos de idade que morreu em 6 de dezembro de 2013, em uma aldeia no sudeste de Guéckédou, na Guiné. A região faz fronteira com Serra Leoa e Libéria, tornando-se um ponto de entrada ideal para uma epidemia.
Desde então foram relatados pelo menos 1.779 casos da doença e 961 mortes, incluindo o do menino em questão, sua mãe, irmã e avó. As informações são de Denise Grady e Sheri Fink, jornalistas do The New York Times.
No momento da sua morte, ninguém tinha certeza o que tinha adoecido a família, apesar da febre, vômitos e diarreias característica da doença, de modo que procedimentos especiais foram postos em prática quando foram tratados.
Dentro de algumas semanas o estudo mostrou que os profissionais de saúde contaminados que haviam apoiado a família e os enlutados em seus funerais, em seguida espalharam a doença para aldeias vizinhas e hospitais. No início de março, apareceu no sul da Guiné e outros tantos casos também já foram relatados na Nigéria, Libéria e Serra Leoa.
Oficialmente o garoto e sua família não haviam sido diagnosticados com Ebola, apesar de apresentarem todos os sintomas. Assim a equipe internacional de pesquisadores conseguiu rastrear as origens da doença, olhando a forma como a epidemia vem se espalhando pela África.
De acordo com o New York Times, os sintomas do garoto e sua família se encaixam em um padrão de transmissão que incluiu outros casos confirmados através de exames de sangue. No entanto, os cientistas ainda não têm certeza de como o garoto teria pego Ebola.
Sylvain Baize, integrante da equipe que analisou o surto na Guiné e pesquisadora da Pasteur Institute de Lyon, na França, disse aos jornalistas que pode eles podem ter descoberto um caso antecedente ao menino. Para ela o primeiro caso de Ebola tenho se dado após o contato com morcegos, porém nada foi confirmado.
Acredita-se que o que culminou para essa terrível crise foi a somatória de falta de infraestrutura e higiene e a modernização do continente africano, com um maior número de viagens internacionais, fora o fato de os profissionais da saúde não estarem devidamente preparados para enfrentar a doença.
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