Um grupo de malfeitores raptou na manhã de hoje, em Maputo, o proeminente empresário moçambicano, Mohamed Bachir Suleman.
Também conhecido como MBS, Bachir é proprietário do Grupo MBS e do Maputo Shopping Centre, um dos maiores centros comerciais de Moçambique.
Bachir é mais uma vítima da onda de raptos que nos últimos três anos tem vindo a afectar o país, mais particularmente a capital moçambicana.
O caso mais recente envolveu um comerciante de 30 anos de idade, no Bairro Central “C” na cidade de Maputo.
Num breve contacto telefónico estabelecido com a AIM, uma fonte da Polícia da República de Moçambique (PRM) confirmou o facto e disse que o mesmo ocorreu quando eram cerca de 13h50 horas de hoje.
“O rapto ocorreu no recinto do Maputo Shopping Centre e envolveu três indivíduos de raça negra munidos de duas armas de fogo do tipo AKM e que conduziam uma viatura de marca Toyota Prado”, disse, para de seguida acrescentar que “não foi possível tirar a chapa de matrícula e os raptores fugiram em direcção a avenida da marginal”.
Entretanto uma testemunha ocular, que presenciou o evento, conta uma versão ligeiramente diferente. Em declarações à imprensa que acorreu ao local, a testemunha disse que o grupo de raptores era composto por quatro indivíduos, dos quais “três de origem asiática e um de raça negra”.
Prosseguindo, a mesma fonte disse que os raptores chegaram ao local no período da manhã, onde ficaram a aguardar por uma melhor oportunidade para sequestrar a sua vítima.
Aliás, como forma de tentar desviar as atenções e fazer tempo, aproveitaram a longa espera para mandar lavar a sua viatura.
Refira-se que Bachir foi colocado na lista dos barões de droga em Junho de 2010 pelos EUA, que também impuseram sanções que, entre outras, implicam o congelamento dos seus bens em território norte-americano.
Igualmente, os EUA proibiram as instituições e cidadãos norte-americanos de manter qualquer contacto com Bachir, presidente do Grupo MBS.
Contudo, uma equipa foi nomeada, em Junho de 2010, pelo Procurador-Geral da República, Augusto Paulino, após ter tomado conhecimento de uma notícia que correu o mundo inteiro, sobre o alegado envolvimento de Bachir no tráfico de estupefacientes e substâncias psicotrópicas, mas esta não apurou “indícios suficientes da prática de actos que consubstanciem o tráfico de estupefacientes ou substâncias psicotrópicas pelo referido cidadão”.
Porém, nas conclusões do relatório que foi divulgado em Setembro de 2011, Bachir é inculpado pela equipe de investigação de outros delitos relacionados com procedimentos aduaneiros, fiscais e de âmbito da lei cambial.
A referida equipa esteve sob direcção e supervisão de uma magistrada do Ministério Público, tendo igualmente sido solicitada a colaboração internacional da INTERPOL e de alguns países que, no entender da PGR, seriam referência na colheita de informação relevante para o processo, nomeadamente, EUA, Reino Unido, Portugal e África do Sul.
As diligências realizadas incluíram, entre outras, a recolha, análise e tratamento de informação operativa especializada, auditorias e diversos elementos pertinentes.
Fonte: Radio Mocambique